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terça-feira, 25 de outubro de 2022

Pavimentando o caminho para uma gestão pública eficiente: Coletânea de ensaios



“A coletânea de artigos é fruto de meses de trabalho e dedicação do autor, que voluntariamente compartilhou conosco todo seu conhecimento e experiência de atuação no setor público”. Abordando temas fundamentais para o desenvolvimento de gestores, tanto do setor público quanto do privado, Arlindo escreveu com maestria sobre accountability, hard e soft skills, governança, gestão de riscos, compliance, ética e deontologia aplicados aos governos, mostrando que independentemente da natureza de atuação ou do porte da organização, tais assuntos são imprescindíveis para melhor performance da máquina pública.

Contudo, este compilado vai além de uma troca de experiências entre gestores públicos, mas contribui ricamente com a academia e com todo o acervo de estudos e boas práticas que desenvolverão uma nova geração de burocratas, mais especializada, moderna, plural e, acima de tudo, mais humana e inclusiva.”

Ana Mendonça
Gestora de políticas públicas
Editora-chefe do Blog do Colab.

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ROCHA, A. N. Pavimentando o caminho para uma gestão pública eficiente: Coletânea de ensaios. -1ª edição. - Autografia, 2022




sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Pavimentando o caminho para uma gestão pública eficiente: Coletânea de ensaios

Reflexões preliminares

“Quando tudo parece ir contra você, lembra-se
de que o avião decola contra o vento, não a favor dele.”

Henry Ford

Empreendedor e engenheiro mecânico
norte-americano, fundador da Ford Motor Company.

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É muito fácil sermos atraídos por coisas triviais que nos fazem perder o foco com o que realmente importa. Por isso, precisamos estabelecer prioridades, ou melhor, hierarquizar e harmonizar nossos pensamentos e nossas ações, pois, o gran­de equívoco do ser humano é julgar-se conhecedor de tudo.

Essa é uma pretensão que, certamente, não agradaria ao mestre Sócrates, julgando pela máxima atribuída a ele: “só sei que nada sei” que significa, literalmente, o reconhecimento da própria ignorância. Não de uma ignorância qualquer, mas de uma ‘douta ignorância’, ou seja, de uma pré-disposição mental em relação à procura do conhecimento.

Para isso, nada melhor do que começar pelo autoconheci­mento. Isso já era uma prática na Grécia antiga, se levarmos em conta a máxima “conhece-te a ti mesmo” atribuída à primeira pitonisa do oráculo de Delfos. Essa máxima, certamente, é o ponto de partida para a construção de todo o conhecimento, ou seja, é o sésamo capaz de abrir o horizonte do mais exigente saber. Ainda que não sirva para encontrar a verdade absoluta, servirá ao menos, para regular nossas atitudes face aos desa­fios impostos por uma sociedade cada vez mais líquida, como diria Zygmunt Bauman.

Esta sociedade em decadência vai na contramão do pro­gresso cultural, científico e econômico das últimas décadas. Cunhada por muitos como ‘sociedade do conhecimento’, pa­radoxalmente, nos empurra, de novo, rumo ao obscurantismo, à miséria e à pobreza do pensamento, contrariando o ideal da Idade das Luzes, cuja pretensão era, segundo Kant, a emanci­pação intelectual e o progresso, ou seja, a saída do homem da menoridade por si mesmo em plena liberdade.

A pretensão kantiana, certamente, está em franco desmo­ronamento, pois, tudo leva a crer que as opiniões simplistas e o crescente império das ideologias deixam pouco espaço à le­gitimação do conhecimento. Para contrariar essa marcha rumo ao abismo, precisamos abrir as portas da nossa mente, pois, a experiência nos mostra que estamos constantemente apren­dendo. Para isso, a receita já foi dada pelo psicanalista Augusto Cury, segundo o qual, não existem mentes impenetráveis, ape­nas chaves erradas.

O conhecimento, como diz o velho ditado, não ocupa es­paço, é ilimitado, renovável e reciclável. O que é limitada é a nossa razão que gostaria de ter acesso às verdades absolutas, mas é constantemente enganada pela imaginação ou outras ‘potências enganadoras’. Mesmo assim, devemos acreditar, segundo a cientista polonesa, Marie Curie que temos talento para alguma coisa, e que essa coisa, custe o que custar, deve ser alcançada.

Então, cabe a cada um acompanhar as transformações na mesma velocidade com que acontecem. Por isso, o citado dita­do tornou-se uma expressão tão ‘popular’ que nos faz ter certe­za de que não existem barreiras intransponíveis para o conhe­cimento quando este transcende os limites disciplinares.

No entanto, é preciso ter claro o que definimos como conhe­cimento. A esse respeito o escritor inglês, Aldous Huxley não deixa dúvidas. Segundo ele, conhecimento não é aquilo que se sabe, mas o que se faz com aquilo que se sabe, ou seja, o im­pacto que se pode provocar nos outros através daquilo que co­nhecemos e partilhamos.

Nos Ensaios dessa coletânea, ao contrário de uma aborda­gem excessivamente disciplinar, privilegiei uma abordagem interdisciplinar como forma de aguçar a capacidade reflexiva dos leitores e, certamente, preencher algumas lacunas do pen­samento técnico ‘mutilado’ pela especialização. No entanto, ao reuni-los em uma única obra sugiram vários questionamentos:

1. Os conteúdos abordados nos Ensaios foram bem ela­borados?

2. Alguém ligado à administração pública aceitará fazer o prefácio da obra?

3. Alguma editora aceitará o desafio de publicar uma obra escrita por alguém cuja formação acadêmica pouco ou nada se relaciona com os temas tratados nos Ensaios?

Logo cheguei à conclusão que, para escrever um texto coe­rente e com qualidade desejável, não precisa ser especialista na área. Aliás a hiperespecialização, como uma das marcas da ciência moderna, na verdade vem contribuindo para uma visão míope e provincianista em detrimento de uma visão ampla e universalizante, ou seja, capaz de enxergar por vários ângulos os problemas que assolam nossa atual sociedade, e, em parti­cular, a administração pública. Nesse aspecto, a linguagem, por vezes, excessivamente técnica dificulta a compreensão, pois, torna-se uma ‘língua estranha’ e pouco acessível para quem não está imerso nesse quadro circunstancial dos conceitos.

Desta forma, o tecnicismo longe de tornar-se a estratégia mais adequada para transmissão e aquisição de saberes, re­vela-se ‘castradora’, pois, em vez de criar pontes entre o ‘des­conhecido’ e o ‘conhecido’, em verdade, estabelece barreiras epistemológicas intransponíveis. Por esse motivo, a metodolo­gia que privilegiei, foi inspirado nos escritos de Hilton Japias­su, mais concretamente na obra O sonho transdisciplinar. Nela o autor propõe que o conhecimento interdisciplinar, ou melhor, transdisciplinar deve implicar uma visão transcultural, ou seja, o estudo e a compreensão da sociedade e suas estruturas sem barreiras disciplinares.

Para finalizar, convido a todos a navegarem pelas páginas dessa coletânea. A leitura é uma ótima ferramenta para o apri­morando e, sobretudo, para a revisão de determinados con­ceitos e práticas. Reitero, uma vez mais a máxima de Thoreau, segundo o qual, muitos iniciam uma nova era em suas vidas a partir da leitura de um livro. Não que eu seja tão pretensioso a ponto de querer mudar a vida de alguém, mas, se conseguir, pelo menos, incentivar a cada leitor a ter um novo olhar sobre as questões abordadas, os Ensaios terão cumprido seu papel.

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Rocha, Arlindo Nascimento. Pavimentando o caminho para uma gestão pública eficiente: Coletânea de ensaios / Arlindo Nascimento Rocha. - Rio de Janeiro, RJ: Autografia, 2022.
122 p. ; 15,5x23 cm
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