“Institui as diretrizes para atuação dos membros, e para o desenvolvimento de políticas pelas unidades do Ministério Público Estadual, pelo Ministério Público Federal, pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, para a adoção de medidas preventivas em prol da defesa da probidade administrativa, em especial, o incentivo à implantação de Programas de Integridade perante os órgãos da administração público”.
A resolução surge como resposta à
necessidade de fortalecer a transparência, o combate à corrupção e a promoção
de uma cultura ética no serviço público, alinhando-se a compromissos
internacionais como a Convenção da ONU contra a Corrupção.
A resolução determina que todas
as instituições públicas federais, incluindo autarquias, fundações e empresas
estatais, elaborem e mantenham atualizados seus Planos de Integridade, com
metas progressivas até 2027.
Os planos devem incluir
mecanismos de gestão de riscos, canais de denúncia protegidos, treinamentos
periódicos em integridade para servidores e a designação de comitês
internos responsáveis pelo monitoramento das ações.
Um avanço significativo é a
exigência de que os planos sejam integrados a sistemas de governança digital,
permitindo auditorias em tempo real e maior acesso público às informações.
A relevância dos Planos de
Integridade, destacada ao longo da resolução, está em sua capacidade de prevenir
desvios antes que ocorram, em vez de apenas puni-los. Ao identificar
vulnerabilidades, como conflitos de interesses, falhas em licitações ou uso
indevido de recursos, a norma busca criar uma estrutura proativa de
compliance.
Além disso, a resolução vincula o
repasse de verbas federais à adesão às regras, o que pressiona entes
burocráticos a modernizarem suas práticas.
Outro ponto crucial é o caráter
educativo dos planos. A obrigatoriedade de capacitações anuais, com
módulos sobre ética, transparência e responsabilidade fiscal, visa transformar
a mentalidade institucional.
Para especialistas, essa
abordagem é um contraponto à histórica cultura de impunidade, ao promover a accountability
não apenas como norma, mas como valor internalizado.
A Resolução nº 305 também inova ao prever colaboração interinstitucional. Órgãos de controle, como a CGU e o TCU, terão acesso centralizado aos dados dos planos, facilitando a fiscalização cruzada.
Para a sociedade, a medida amplia a possibilidade de
acompanhamento, já que relatórios de implementação serão publicados em portais
oficiais.
Em um contexto de desconfiança
crônica nas instituições, a resolução reforça que integridade não é um custo,
mas um investimento na credibilidade do Estado. Se aplicada com rigor, pode ser
um marco na construção de uma administração pública mais íntegra e eficiente, condição essencial para a democracia.
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