A relação entre integridade e compliance é fundamental para a construção de uma sociedade ética e responsável.
A integridade
refere-se à adoção de princípios morais e éticos que orientam o comportamento
dos indivíduos, enquanto compliance diz respeito ao cumprimento de
normas e regulamentos estabelecidos, tanto em contextos legais quanto
organizacionais.
Juntas, essas
duas dimensões promovem uma cultura de responsabilidade e transparência,
essencial para o funcionamento adequado de instituições e organizações.
O imperativo
categórico de Immanuel Kant oferece uma base filosófica para esta
discussão. Kant propõe que as ações devem ser guiadas por máximas que possam
ser universalizadas, ou seja, que todos os indivíduos deveriam seguir. A
formulação mais conhecida do imperativo categórico é:
“Age apenas segundo uma máxima pela qual possas querer, ao mesmo tempo,
que ela se torne uma lei universal”.
Esta
formulação reforça a ideia de que as ações devem ser baseadas em princípios
aceitos universalmente, pois foca na autonomia do indivíduo. Este, segundo Kant
deve agir de acordo com princípios racionais e éticos, independentemente de
influências externas. No entanto, esta formulação promove a autonomia e rejeita
a heteronomia como demostraremos.
A autonomia,
conforme Kant, implica que cada indivíduo deve ser capaz de determinar suas
próprias ações com base em normas universais, promovendo a integridade
como um valor intrínseco.
Por outro
lado, a heteronomia refere-se à ação guiada por normas externas ou
pressões sociais, onde o indivíduo age em função de regras impostas por outros.
Nesse
contexto, o compliance pode ser visto como uma forma de heteronomia,
já que muitas vezes as normas são determinadas por entidades externas, como
leis ou regulamentos.
No entanto, a
verdadeira integridade vai além do mero cumprimento das regras; ela requer uma
reflexão crítica e um compromisso pessoal com os valores éticos.
Assim, a
relação entre integridade e compliance pode ser entendida como um
equilíbrio entre a autonomia e a heteronomia. Enquanto o compliance
garante que as regras sejam seguidas, a integridade exige que os
indivíduos internalizem princípios e ajam de acordo com uma ética pessoal,
promovendo uma sociedade mais justa e responsável.
Essa síntese
entre a liberdade de agir segundo a razão e a necessidade de conformidade com
as normas sociais é essencial para a construção de uma convivência harmoniosa e
ética. A integridade proporciona a base moral, enquanto o compliance
assegura a conformidade com as regras, criando um ambiente onde as ações
são guiadas tanto por valores internos quanto por expectativas externas,
resultando em uma sociedade equilibrada e ética.

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