A Agenda ESG (Environmental, Social, and Governance) surge como uma evolução de debates globais sobre sustentabilidade e ética, consolidando-se como um pilar estratégico para governos, empresas e sociedade.
Seus fundamentos remontam ao pós-Segunda Guerra Mundial, com a criação da ONU (1945) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), que estabeleceram bases éticas para a cooperação internacional.
Na década de 1970, a Conferência de Estocolmo (1972) marcou o primeiro esforço multilateral para discutir questões ambientais, enquanto a Rio-92 ampliou essa pauta, integrando desenvolvimento sustentável à agenda global.
Nos anos 1990 e 2000, a governança corporativa ganhou destaque com a criação do IBGC (1995) no Brasil e a Convenção Anticorrupção da OCDE (1999), reforçando transparência e integridade. Em 2004, o Pacto Global da ONU incentivou empresas a adotarem práticas alinhadas a direitos humanos, trabalho justo e meio ambiente. No Brasil, a Lei Anticorrupção (2013) e o Código de Governança do IBGC (2015) fortaleceram a accountability corporativa.
O termo ESG ganhou força em 2020, durante o Fórum Econômico Mundial, quando stakeholders reconheceram que riscos ambientais (como mudanças climáticas), sociais (desigualdade) e de governança (corrupção) são indissociáveis da economia. A pandemia de COVID-19 acelerou essa conscientização, pressionando empresas a adotarem métricas ESG transparentes.
De 2021 a 2025, a agenda ESG tornou-se obrigatória em muitos contextos. Em 2023, a União Europeia aprovou o CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive), exigindo relatórios detalhados de impacto socioambiental. No Brasil, o Banco Central implementou a Resolução 175 (2024), vinculando concessão de crédito a critérios ESG. Até 2025, espera-se:
§ Padronização global de métricas: Com a convergência de frameworks como GRI, SASB e TCFD.§ Regulação climática: Implementação de taxas de carbono e metas líquidas-zero vinculantes.§ Tecnologia e ESG: Uso de blockchain para rastrear cadeias sustentáveis e IA para monitorar riscos sociais.§ Enfase em "S" (Social): Combate à desigualdade e promoção de diversidade como indicadores-chave.§ Governança antigreenwashing: Mecanismos rigorosos para evitar falsas alegações sustentáveis.
Contudo, desafios persistem, como a falta de harmonização regulatória e resistência de setores tradicionais. A TNFD (Taskforce on Nature-related Financial Disclosures), lançada em 2021, busca integrar biodiversidade aos riscos financeiros, tendência que se consolidará até 2025.
Em síntese, a Agenda ESG é fruto de um legado histórico de diálogos multilaterais e pressão por equidade. Seu futuro dependerá da capacidade de transformar princípios em ações mensuráveis, alinhando lucratividade à responsabilidade planetária e social.
Referência:
CRUZ, Augusto. Introdução ao ESG: meio ambiente, social e governança corporativa. - 1ª ed. - São Paulo, Scortecci, 2021.
%20(3).jpg)
Sem comentários:
Enviar um comentário